quinta-feira, 14 de maio de 2009

Jesus não é Deus


Para os que se atêm unicamente aos ensinamentos do Divino Mestre, torna-se irrelevante a questão d’Ele ser Deus ou não.
Ao elucidar este ponto, não desejamos rebaixar a realeza do Cristo que disse: “meu reino não é deste mundo” (João 18,36). Pelo contrário, queremos esclarecer sobre o lugar em que sempre se colocou.
O apóstolo João, disse-nos que Deus é Espírito (João 4,24), para nós, a Suprema Divindade é a causa primária de todas as coisas. Não podemos dar nenhuma dessas duas definições ao Messias; não é mesmo? Outra coisa: o Criador disse não caber num Templo (1 Reis 8,27), assim sendo, é impossível que Ele caiba num limitado corpo humano. Além de tudo, o Altíssimo afirma-nos não mudar (Malaquias 3,6). Como então o mesmo poderia ser Jesus?
Em vários trechos bíblicos, o Meigo Rabi usa a expressão “Meu Pai e vosso Pai”, “Meu Deus e vosso Deus”, fazendo assim uma distinção inequívoca de ser Ele (Jesus) e Deus (O Pai Maior), duas individualidades absolutamente distintas.
Jesus, no célebre Sermão do Monte, recomenda-nos ser perfeitos como Deus O é (Mateus 5,48), não, porém, como Ele mesmo. Numa evidente demonstração de que o Pai e Ele são dois seres, não um. O que também se confirma em sua crucificação quando restitui o seu Espírito a Deus (Lucas 23,46).
Ainda na Bíblia, um pouco mais à frente, quando esta mostra-nos um jovem que quer seguir a Jesus, ao dizer-Lhe que era bom, vemos a Sua imediata correção dizendo que somente o Pai o era (Mateus 19,17). Se Jesus e o Criador fossem um só, esta emenda não teria sido feita.
A submissão do Filho ao Pai, é corroborada por Paulo de Tarso, quando este afirma em uma carta, que Jesus intercedeu por nós junto a seu Pai (Efésios 5,2). Ora, ninguém intervém a si próprio a favor de si mesmo.
Finalizando este texto, vemos o Divino Raboni, já no seu corpo espiritual, dizer a seus discípulos que o Criador havia-Lhe enviado (João 20,21), dando uma amostra contundente de que Ele e Deus, são duas figuras inconfundíveis.
Tendo tudo isso em vista, achamos que é um absurdo crer-se que o Altíssimo desceu do céu, encarnou-Se em Jesus, morrendo na cruz como vítima a Ele mesmo para expiação de nossos pecados.
Mas não podemos querer que os leitores pensem como nós. Jesus mesmo disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 11,15). Ou seja: acredite quem quiser e puder.

Hugo Alvarenga Novaes

Fonte: Publicado no jornal “O Tempo”, de Belo Horizonte, no dia 05 de Junho de 2007.

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