O sofrimento do próximo causa-nos dor, e quando o próximo é tão próximo (membro da própria igreja), então choramos com ele e com sua família.
Indigna-nos o fato de que, infelizmente, a mentira continue a ceifar muitos corações e mentes. Essa pergunta sempre surge (somos humanos): "E se levarmos a pessoa até o Apóstolo, será que tal pessoa seria curada?" "E se o arrastarmos até aquela tal igreja, o Senhor o curará?"
É trágico, é terrível, é revoltante o que os falsos profetas fazem acreditar, que o "deus deles" é "poderoso", que "há um deus na vida deles" (e não na nossa), que são "profetas de Deus" (e nós falsos profetas). Se acham poderosos, invencíveis, se consideram superdotados pelo Espírito Santo, são os espertalhões da boa-fé popular.
Em cada mil fracassos na esperança de cura eles pinçam um que deu certo (e daria certo em qualquer circunstância, fosse em casa, no hospital, no trem ou na igreja, pois na soberania de Deus Ele iria curar tal pessoa), e o transformam em carro-chefe de suas supostas "credenciais apostólicas", de que lá há cura e há "deus". Outros, mais abundantes ainda, "ganham cachês" para exibirem muletas que nunca usaram, cadeiras de rodas de que nunca precisaram, fracassos financeiros e milagres de prosperidade que nunca aconteceram senão em sua suposta "fé".
Valem-se da dor e da miséria da alma dilacerada pela dor e a utilizam como meio de arrecadação de fundos fazendo da tragédia elemento de propaganda e de divulgação de seus ministérios mentirosos e enganadores.
Meu Deus, como é fácil cair em tentação! Como é fácil trocar a verdade por um mísero prato de lentilhas, por um côvado a mais na existência terrena! Como é fácil negar a fé quando o câncer apodrece os ossos de quem amamos, destrói as imunidades de quem tanto prezamos ou ameaça separar-nos das pessoas de quem gostamos!
Eu desafiei, desafio e desafiarei a TODOS os supostos curandeiros, a acompanharem-me ao hospital do câncer, na ala dos terminais, daqueles que já perderam braços, pernas, órgãos internos, visão, fala, audição, cérebro, a curá-los ALI, TODOS, pelo seu suposto dom apostólico. Nenhum deles até hoje aceitou. E jamais aceitará. O hospital de gente quase morta não é palco para suas performances pirotécnicas de feiticeiros evangélicos. Na verdade o que menos importa é o enfermo; o que mais importa é o que a suposta cura gerará: fama, dinheiro, poder, crescimento do império religioso, egolatria, etc.
Deus cura. E como cura! Suas curas são completas e totais, até que nós cumpramos o Seu propósito. Ele o faz quando quer, como e onde quiser, e utiliza quem quiser para realizá-la, desde que a glória seja dEle, pois não reparte Sua glória com mortal nenhum. Aliás, na ECONOMIA de Deus não há necessidade de toalhinhas, copos com água, arruda, sal, varinhas, rosas, pedras, águas de 7 torneiras ou qualquer outra feitiçaria. Deus cura diretamente no objeto da cura. Afinal, o poder é dEle e não do elemento. E o faz para a glória dEle, não para a glória do orador. E se no passado fez lodo da terra, Ele jamais ensinou a orar com lodo, ou se a sombra de apóstolos curava, nunca o foi porque os apóstolos determinaram, e jamais se utilizaram disso para reivindicar poderes que não tinham. Aliás, eles também adoeciam (e não se auto-curaram).
Se Deus não quiser curar Ele não curará. Ele é soberano. O texto sobejamente utilizado como "legalidade e exigência total para a cura divina", o famoso "colocar Deus na parede" ("Ele levou sobre si as nossas enfermidades") não serviu para Paulo em sua enfermidade ótica, nem para Timóteo em sua enfermidade estomacal, nem para Eparfrodito em sua fraqueza física e nem para todos os cristãos do primeiro século em suas mortes reais (nenhum teve gozo de perfeita saúde para sempre; doutra forma estariam vivos e sadios até hoje). O texto era (e foi) sinal para o período do Ministério do Messias, que qual pastor amoroso, cuidou de Seu rebanho, tratando de suas feridas. E foi dessa forma que o Evangelho o citou, como cumprido ali, em Jesus, em seu ministério messiânico. Ele sofreu as nossas dores, levou as nossas enfermidades (Jesus curava, Jesus consolava, Jesus era de fato o Messias esperado).
Crentes ficam doentes. Neopentecostais ficam doentes. Crentes de qualquer espécie adoecem e morrem. E por quê? Porque "se este tabernáculo terrestre se desfizer" (e ele se desfará quer queiram ou não!), "temos um outro, não feito por mãos, eterno, no Céu". O Reino de Deus não é deste mundo temporário. Este mundo passará. Tudo aqui passará. O que chamamos de nosso hoje será de outros amanhã. Só a alma é nossa, aliás, em termos, pois se não a entregarmos a Cristo, ela será ceifada por Satanás.
Prometer cura aos enfermos é o mesmo que prometer imortalidade aos mortais. O evangelho jamais foi a mensagem de cura para o corpo, mas de salvação para a alma. Se há no decorrer da vida uma cura física - e há muitas! não há promessa específica de imortalidade física, mas há a promessa de imortalidade da alma e da ressurreição dentre os mortos. Fomos enviados a pregar a salvação da alma, não a cura para os enfermos. Devemos orar, clamar, suplicar, implorar a Deus pelos enfermos; mas não devemos transformar um ato intrínseco à fé na própria mensagem da fé. A fé não vem pelo curar, mas pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus.
Mentem os que afirmam curar os enfermos. Mentem! Eles também adoecem e morrem! Todos eles irão morrer! Mas dizem a verdade os que pregam a mortalidade do corpo, mas a ressurreição da alma. Se alguém, de fato, é usado por Deus na cura dos enfermos, jamais dirá "eu orarei e Deus curará", mas dirá "eu orarei e suplicarei a misericórdia do Senhor; se Ele o quiser curará". É isso que nos ensina a Escritura Sagrada.
Àqueles que querem crer na mentira Deus permite a operação do erro, já que não dão crédito à verdade. Daí os supostos milagres comprobatórios. Há milagres entre esses mentirosos? Há. Assim como há milagres geradas por supostas imagens milagrosas, pedras esotéricas, espíritos nos médiuns ou poder do pensamento positivo. Entre a Palavra de Deus e um milagre a nossa fé deve estabelecer-se na Palavra de Deus, ainda que contrarie um milagre. Os escolhidos não se enganam com supostas maravilhas. E os escolhidos são os que escolheram crer no Senhor que ressuscitará os mortos incorruptíveis, não que mumificará os mortos corruptivelmente.
De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro (inclusive a cura de todas as suas enfermidades) se irá morrer e cair no Inferno? Que graça barata foi essa? A de Deus? Jamais.
Como disse John Stott, crer também é pensar.
E eu penso nas coisas lá do Alto, aonde a morte nunca chegará.
Vida eterna. Esse é o âmago.
Pr Wagner Antonio de Araújo
Indigna-nos o fato de que, infelizmente, a mentira continue a ceifar muitos corações e mentes. Essa pergunta sempre surge (somos humanos): "E se levarmos a pessoa até o Apóstolo, será que tal pessoa seria curada?" "E se o arrastarmos até aquela tal igreja, o Senhor o curará?"
É trágico, é terrível, é revoltante o que os falsos profetas fazem acreditar, que o "deus deles" é "poderoso", que "há um deus na vida deles" (e não na nossa), que são "profetas de Deus" (e nós falsos profetas). Se acham poderosos, invencíveis, se consideram superdotados pelo Espírito Santo, são os espertalhões da boa-fé popular.
Em cada mil fracassos na esperança de cura eles pinçam um que deu certo (e daria certo em qualquer circunstância, fosse em casa, no hospital, no trem ou na igreja, pois na soberania de Deus Ele iria curar tal pessoa), e o transformam em carro-chefe de suas supostas "credenciais apostólicas", de que lá há cura e há "deus". Outros, mais abundantes ainda, "ganham cachês" para exibirem muletas que nunca usaram, cadeiras de rodas de que nunca precisaram, fracassos financeiros e milagres de prosperidade que nunca aconteceram senão em sua suposta "fé".
Valem-se da dor e da miséria da alma dilacerada pela dor e a utilizam como meio de arrecadação de fundos fazendo da tragédia elemento de propaganda e de divulgação de seus ministérios mentirosos e enganadores.
Meu Deus, como é fácil cair em tentação! Como é fácil trocar a verdade por um mísero prato de lentilhas, por um côvado a mais na existência terrena! Como é fácil negar a fé quando o câncer apodrece os ossos de quem amamos, destrói as imunidades de quem tanto prezamos ou ameaça separar-nos das pessoas de quem gostamos!
Eu desafiei, desafio e desafiarei a TODOS os supostos curandeiros, a acompanharem-me ao hospital do câncer, na ala dos terminais, daqueles que já perderam braços, pernas, órgãos internos, visão, fala, audição, cérebro, a curá-los ALI, TODOS, pelo seu suposto dom apostólico. Nenhum deles até hoje aceitou. E jamais aceitará. O hospital de gente quase morta não é palco para suas performances pirotécnicas de feiticeiros evangélicos. Na verdade o que menos importa é o enfermo; o que mais importa é o que a suposta cura gerará: fama, dinheiro, poder, crescimento do império religioso, egolatria, etc.
Deus cura. E como cura! Suas curas são completas e totais, até que nós cumpramos o Seu propósito. Ele o faz quando quer, como e onde quiser, e utiliza quem quiser para realizá-la, desde que a glória seja dEle, pois não reparte Sua glória com mortal nenhum. Aliás, na ECONOMIA de Deus não há necessidade de toalhinhas, copos com água, arruda, sal, varinhas, rosas, pedras, águas de 7 torneiras ou qualquer outra feitiçaria. Deus cura diretamente no objeto da cura. Afinal, o poder é dEle e não do elemento. E o faz para a glória dEle, não para a glória do orador. E se no passado fez lodo da terra, Ele jamais ensinou a orar com lodo, ou se a sombra de apóstolos curava, nunca o foi porque os apóstolos determinaram, e jamais se utilizaram disso para reivindicar poderes que não tinham. Aliás, eles também adoeciam (e não se auto-curaram).
Se Deus não quiser curar Ele não curará. Ele é soberano. O texto sobejamente utilizado como "legalidade e exigência total para a cura divina", o famoso "colocar Deus na parede" ("Ele levou sobre si as nossas enfermidades") não serviu para Paulo em sua enfermidade ótica, nem para Timóteo em sua enfermidade estomacal, nem para Eparfrodito em sua fraqueza física e nem para todos os cristãos do primeiro século em suas mortes reais (nenhum teve gozo de perfeita saúde para sempre; doutra forma estariam vivos e sadios até hoje). O texto era (e foi) sinal para o período do Ministério do Messias, que qual pastor amoroso, cuidou de Seu rebanho, tratando de suas feridas. E foi dessa forma que o Evangelho o citou, como cumprido ali, em Jesus, em seu ministério messiânico. Ele sofreu as nossas dores, levou as nossas enfermidades (Jesus curava, Jesus consolava, Jesus era de fato o Messias esperado).
Crentes ficam doentes. Neopentecostais ficam doentes. Crentes de qualquer espécie adoecem e morrem. E por quê? Porque "se este tabernáculo terrestre se desfizer" (e ele se desfará quer queiram ou não!), "temos um outro, não feito por mãos, eterno, no Céu". O Reino de Deus não é deste mundo temporário. Este mundo passará. Tudo aqui passará. O que chamamos de nosso hoje será de outros amanhã. Só a alma é nossa, aliás, em termos, pois se não a entregarmos a Cristo, ela será ceifada por Satanás.
Prometer cura aos enfermos é o mesmo que prometer imortalidade aos mortais. O evangelho jamais foi a mensagem de cura para o corpo, mas de salvação para a alma. Se há no decorrer da vida uma cura física - e há muitas! não há promessa específica de imortalidade física, mas há a promessa de imortalidade da alma e da ressurreição dentre os mortos. Fomos enviados a pregar a salvação da alma, não a cura para os enfermos. Devemos orar, clamar, suplicar, implorar a Deus pelos enfermos; mas não devemos transformar um ato intrínseco à fé na própria mensagem da fé. A fé não vem pelo curar, mas pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus.
Mentem os que afirmam curar os enfermos. Mentem! Eles também adoecem e morrem! Todos eles irão morrer! Mas dizem a verdade os que pregam a mortalidade do corpo, mas a ressurreição da alma. Se alguém, de fato, é usado por Deus na cura dos enfermos, jamais dirá "eu orarei e Deus curará", mas dirá "eu orarei e suplicarei a misericórdia do Senhor; se Ele o quiser curará". É isso que nos ensina a Escritura Sagrada.
Àqueles que querem crer na mentira Deus permite a operação do erro, já que não dão crédito à verdade. Daí os supostos milagres comprobatórios. Há milagres entre esses mentirosos? Há. Assim como há milagres geradas por supostas imagens milagrosas, pedras esotéricas, espíritos nos médiuns ou poder do pensamento positivo. Entre a Palavra de Deus e um milagre a nossa fé deve estabelecer-se na Palavra de Deus, ainda que contrarie um milagre. Os escolhidos não se enganam com supostas maravilhas. E os escolhidos são os que escolheram crer no Senhor que ressuscitará os mortos incorruptíveis, não que mumificará os mortos corruptivelmente.
De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro (inclusive a cura de todas as suas enfermidades) se irá morrer e cair no Inferno? Que graça barata foi essa? A de Deus? Jamais.
Como disse John Stott, crer também é pensar.
E eu penso nas coisas lá do Alto, aonde a morte nunca chegará.
Vida eterna. Esse é o âmago.
Pr Wagner Antonio de Araújo
Extraído do blog O Bereano
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